A linha de conduta de um candidato que valoriza o uso da violência contra os que ameaçam a segurança da coletividade, concorreu para o prestígio que amealhou junto àqueles que não acreditam na ação punitiva do Estado e no império da lei.
Em situações de descrença, como a atual, surgiram as figuras de Hitler e Mussolini, que se credenciaram a realizar a tarefa de reconstrução de seus países.
A tática de Hitler, segundo o seu biógrafo Joachim Fest, “consistia em concentrar as energias para fugir do anonimato e destacar-se de qualquer forma dos concorrentes”. O seu objetivo não era de unir o país através do diálogo na solução de seus problemas, mas, fazer uso da violência, tornando-a um meio mais eficaz na manutenção de um governo despótico.
O fascismo irrompeu na Itália como alternativa capaz de solucionar a crise orgânica que colocava em cheque a hegemonia burguesa no pós-guerra. Mesmo não fazendo uso da razão, conseguiu unir intelectuais, estudantes, nobres, empresários, camponeses e operários, sob uma só bandeira.
Na concepção de Mussolini, “de que importa saber o conteúdo teórico de um partido? O que lhe dá força e vida é sua totalidade, é sua vontade, é a alma daqueles que o constituem”.
O desprestígio do Legislativo italiano foi o campo fértil para que a nova teoria vicejasse. Mas, na medida em que passou a perder apoio de suas diferentes facções, recorreu ao uso da força bruta revelando a sua face extremista.
Este retrospecto histórico nos leva a refletir sobre o quadro atual da política brasileira, como advertência àqueles que se acham empolgados pelas soluções de força, dispostos a prestigiar as condutas autocráticas como sendo a única solução para os males que nos afligem.
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