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O que está para acontecer

Por Aristoteles Atheniense

Paira em todo Brasil uma grave e preocupante expectativa quanto ao que possa ocorrer durante a Copa do Mundo. As manifestações havidas a partir de junho de 2013, quando 65 mil paulistanos saíram às ruas para protestar contra o aumento da tarifa de transporte, a corrupção e a própria Copa, não podem ser esquecidas.

Há quem as considere como um pré-aviso do que poderá acontecer no curso da competição.

Recentemente, a revista “France Football” divulgou uma reportagem de doze páginas, sob o título “Medo do Mundial”, focalizando os riscos a que estão sujeitos os turistas que vierem ao Brasil.

Não se trata de um temor injustificado, estimulado pelos partidos de oposição em interesses políticos. O noticiário dos veículos de comunicação, no Brasil e no exterior, registrando atentados sucessivos que as forças de segurança não conseguem coibir, é a prova evidente dos perigos a que estarão expostos os que pretendem vir ao Brasil, levados pelo interesse de conhecer uma nação tradicionalmente hospitaleira.

As sugestões que o governo federal vem divulgando, como forma acautelatória de contornar as ameaças que grassam nas cidades-sede, são insuficientes à contenção das fatalidades iminentes.

Nos últimos dias, surgiu uma “advertência” às lojas revendedoras de veículos localizadas na avenida Antônio Carlos, nas proximidades do Mineirão. A admoestação consistiu no aviso de que durante a Copa não deverão expor seus produtos, de modo a evitar que estes despertem a atenção dos malfeitores, evitando a repetição do que ocorreu na Copa das Confederações.

Outro lembrete dirigido aos turistas foi no sentido de que não reajam aos assaltos, nem chamem a polícia, aceitando passivamente o constrangimento, por ser essa a maneira mais prática de se livrarem da investida dos gatunos.

Essas e outras tantas recomendações importam na incapacidade de uma atuação repressiva, na falta de recursos eficazes que concorram para uma ação preventiva capaz de evitar a ação dos larápios.

Vale assinalar que, num ano de eleições em todos os níveis, uma repressão mais enérgica capaz de colocar esses tratantes a correr, poderá ensejar explorações políticas, inclusive vir a ser considerada como ofensa aos pseudo direitos humanos.

Na semana passada, um vadio traquejado compeliu uma senhora idosa no bairro das Mangabeiras a entregar-lhe a bolsa que trazia consigo, intimidando-a: “Give me the bag. Give me the money”.

A pobre senhora, indagou-lhe: “Por que está me assaltando em inglês?”. Ele repetiu: “É porque estou treinando para pegar os gringos”…

De imediato, arrebatou-lhe a bolsa, não tendo a vítima a quem recorrer após a constrição do velhaco bilíngue…

Este é o quadro em que estamos vivendo, inobstante a promessa feita pela presidente Dilma Rousseff, pela televisão, de que tudo está “sob controle”. Mas não teve a sinceridade de esclarecer que esse “controle” é exercido pelos que infestam nossas ruas, antes mesmo do início da Copa do Mundo.

É possível avaliar, desde já, a repercussão que esses sucessivos sobressaltos terão na imprensa mundial, inobstante as garantias prometidas pelas autoridades responsáveis pelo campeonato.

Atheniense

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