A vitória de François Hollande, como o segundo presidente socialista da V República Francesa, é consequência do inconformismo dos eleitores com a grave situação econômica vivida pela França.
O seu anunciado encontro com Angela Merkel, ainda que possa causar estranheza àqueles que o elegeram, não poderá ser evitado, devido ao que já vinha ocorrendo entre Alemanha e França, visando encontrar uma solução para a grave crise que contaminou a maior parte dos países europeus.
Vale, ainda, salientar que do resultado obtido por Hollande participaram também cidadãos da Guiana, Guadalupe, Martinica, San Martin, Polinésia e Nova Caledônia, o que revela o inconformismo reinante naquelas regiões com o candidato derrotado.
As primeiras manifestações do eleito foram no sentido de descaracterizar a sua posição esquerdista, buscando encarnar a angústia dos eleitores insatisfeitos com Nicolas Sarkozy.
Embora Marine Le Pen houvesse anunciado que votaria em branco, numa demonstração de imparcialidade entre os dois candidatos, a mensagem que emitiu transpareceu a sua intolerância com Sarkozy, mas sem deixar de ser um apoio dissimulado a François Hollande.
O resultado da eleição francesa vinha sendo acompanhado com justificado interesse pela União Europeia, havendo de parte do vencedor a intenção disfarçada de renegociar o pacto fiscal estimulado pela Alemanha, mesmo sustentando que o seu maior interesse seria o de promover a reativação do crescimento.
O projeto do socialista em obter ajuda do Banco Central europeu, dificilmente surtirá resultado, devido à oposição dos alemães a essa iniciativa.
Quanto às medidas populares que adotou, viajando de trem, procurando ter contato direito com as pessoas em supermercados e feiras, certamente concorreram para a sua vitória. No entanto, se não obtiver resultados concretos dentro de razoável espaço de tempo, satisfazendo os anseios daqueles que o escolheram, o seu populismo não produzirá os efeitos esperados, por maior que fosse a confiança de seu eleitorado.
Em relação à retirada de tropas francesas no Afeganistão, como fora prometido, trata-se de compromisso que deverá ser recebido com cautela. Basta lembrar o que sucedera ao primeiro-ministro Zapatero, que assumira a obrigação, assim que eleito, em trazer de volta os soldados espanhóis que estavam no Iraque. Essa iniciativa não foi suficiente para que o líder socialista conservasse o carisma que trazia consigo em sua campanha eleitoral.
O primeiro teste de François Hollande ocorrerá nos dias 18 e 19 de maio, em Camp David, quando França, Alemanha, Canadá, Itália, Reino Unido e Rússia, serão recepcionados por Barack Obama. Não menos significativa será a presença da cúpula da OTAN em Chicago, nos dias 20 e 21 de maio, oportunidade em que o tema Afeganistão voltará à tona.
A esta altura, não é possível prever qual será a reação das grandes potências, diante dos planos do novo mandatário francês no trato de assuntos de repercussão mundial.
ARISTOTELES Dutra de Araújo ATHENIENSE
Advogado. Conselheiro Nato da OAB
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