Ataques hackers aos sites dos bancos não oferecem risco aos dados dos usuários
O grupo de hackers Anonymous deu sequência à série de ataques a sites de bancos que vem realizando nesta semana e tirou do ar o internet banking do Banco do Brasil na manhã de ontem. Os ataques do grupo – que por meio do Twitter informa que o objetivo é protestar contra a corrupção e promete tirar o ar cada dia o site de um banco diferente – não oferecem risco aos dados dos usuários, diz o especialista em direito digital e sócio de Aristoteles Atheniense Advogados, Alexandre Atheniense.
“O único risco é não conseguir fazer a transação no momento que ele precisa”, afirma. Ele explica que os ataques simulam milhares ou milhões de acessos aos sites dos bancos. Com a demanda maior do que podem suportar, os sites ficam instáveis ou fora do ar. “Não é um ataque com a característica de roubar senhas ou outros dados”, explica.
Anteontem, o Anonymous tirou do ar o site do Bradesco; na segunda-feira, o alvo foi o Itaú Unibanco. O ataque aos sites vem causando transtornos aos usuários, já que as transações bancárias via internet já representam 23% do total, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Em nota, o Banco do Brasil informou que o site “registrou picos no volume de acessos ao site da instituição, na manhã desta quarta-feira”. De acordo com o banco, o ataque causou “lentidão no sistema” em algumas regiões.
Segundo a instituição, a derrubada do site não compromete a segurança dos dados de clientes e ou do servidor que abriga tais informações. O site do banco permanece fora do ar na tarde de ontem.
O banco Santander, um possível alvo dos hackers nesta semana de ataques afirmou em nota que “está ciente da ameaça de ataques de hackers e está monitorando seus sistemas” para evitar maiores danos. Já a Caixa Econômica Federal, disse que está atenta às ocorrências dessa semana e pretende “intensificar as ações de defesa tecnológica”.
Esta semana foi escolhida por ser de pagamentos, e registrar grande número de transações bancárias usando a internet.
Proteção. Se não corre risco com os ataques dos hackers, o usuário de internet banking deve proteger bem o seu computador para não correr o risco de ter seus dados pessoais e bancários roubados. O Movimento Internet Segura (MIS) recomenda a instalação de softwares de segurança, como antivirus e antispywares, e muito cuidado na hora de abrir links enviados por e-mails ou redes sociais.
Atos não são considerados crime, pela lei
Os ataques dos Anonymous dificilmente terão alguma punição legal, segundo o especialista em direito digital Alexandre Atheniense. Ele explica que tirar um site do ar não é considerado um crime digital. “A punição não decorre dos ataques. Ela pode decorrer do resultado, do dano provocado pelo ataque”, afirma. Ele explica que há um projeto de lei em tramitação há 13 anos no Congresso Nacional que pretende transformar esse tipo de ação em crime. Enquanto o projeto não vira lei, os bancos poderiam, inclusive, contra-atacar e tirar o servidor do Anonymous (caso fosse identificado) do ar, sem infringir a lei. (APP)
Fonte: O Tempo