Por Luciana Atheniense
Na semana passada, li uma notícia na impressa que me assustou: preços de passagens aéreas durante o torneio mundial pode sofrer um aumento dez vezes maior do que em um dia normal.
Esta inusitada informação salienta que há empresas nacionais impondo o valor de R$ 2.393,00, no trecho Rio /São Paulo, para o passageiro que deseja assistir à abertura da Copa, em 12 de junho. Este inconcebível valor é superior a um trecho para Curaçao, no Caribe (R$ 1.900), ou para Buenos Aires (R$ 900) e um pouco menos do que o preço para ir e voltar de Nova York ou Paris.
Em relação ao aumento abusivo, o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys esclareceu que “Mais voos serão comercializados, mais voos serão ofertados, esperamos com preços mais baixos. Continuamos monitorando isso tudo”.
As empresas aéreas, por outro lado, justificam que o elevado aumento em razão da oferta e da demanda, ou seja, quanto mais gente compra, menos lugares disponíveis no voo e, consequentemente, os assentos que sobram encarecem.
Sinceramente, fico indignada com esta singela explicação! Estou cansada de me deparar com aumentos desenfreados dos preços dos serviços turísticos nacionais. Lembro que, na virada do milênio, nós, consumidores, deparamos com preços inconcebíveis de pacotes turísticos nacionais que superavam, sem qualquer justificativa, pacotes para o mesmo período para viagens internacionais. Neste ano, por exemplo, na Copa das Confederações, houve um aumento acentuado no valor das diárias de hotéis em Belo Horizonte.
Ora, concordo que devemos estimular e usufruir o turismo nacional, entretanto os preços devem ser baseados no bom senso em relação à qualidade do serviço disponibilizado e, sobretudo, no valor do que se deseja oferecer ao consumidor final.
Acredito que antes deste importante evento mundial, os empresários deste setor devem repensar suas posições em relação aos aumentos de preços dos serviços oferecidos aos consumidores nacionais e estrangeiros.
Caso permaneçam intransigentes e apenas focados do lucro imediato, essa conduta pode prejudicar o turismo nacional e pode perpetuar a lamentação imagem de nosso pais no exterior: alguns “brasileiros continuam querendo ganhar vantagem em tudo”!!
Vale lembrar que nos últimos anos os próprios estrangeiros que visitam o Brasil já demonstraram insatisfação em relação aos elevados preços impostos em nossos restaurantes, hotéis, transportes e outros atrativos turísticos. Esta indignação é manifestada até mesmo por aqueles que vivem em países do primeiro mundo.
Não se pode admitir que o chavão amparado “na oferta e na procura” estimule o aumento desenfreado dos serviços turísticos nacionais que, nem sempre, primam pela eficiência, comodidade e atenção aos direitos dos turistas. Infelizmente, ainda convivemos, em nosso país, com voos atrasados, cancelados, malas extraviadas, mensagens publicitárias de hotéis que divulgam quartos e áreas de lazer diversas aos disponibilizados aos hóspedes.
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