A Copa do Mundo e as eleições

Por Aristoteles Atheniense

Recente pesquisa realizada sobre a Copa de Mundo, no Brasil, revelou que apenas metade da população apoia o evento. Em novembro de 2008, a aprovação era de 79%, enquanto que, na atualidade, o certame passou a ser prestigiado somente por 52%.

Ainda que haja um percentual significativo de indiferentes (9%), a constatação havida tornou-se preocupante, pois, traduz o implícito reconhecimento de descrédito na seleção brasileira.

Os aplausos à Copa do Mundo veem, na sua maioria, de simpatizantes do PT (63%), que são os mesmos que reputam como bom e ótimo o governo da presidente Dilma Rousseff. Por outro lado, esta confiança é menor nas regiões Sul (39%) e Sudeste (44%).

Numa demonstração de que os louvores à Copa do Mundo estão ligados intimamente à campanha de reeleição da atual presidente, nos estados onde ela obteve maiores índices (Nordeste e Norte/Centro-Oeste) o entusiasmo pelo campeonato variou entre 64% e 68%.

A onda de protesto deflagrada em junho, que teve como um dos motes os gastos com o Mundial, decaiu nas últimas semanas. Isto, no entanto, não significa que o entusiasmo pela Copa haja aumentado, inobstante todo o empenho da candidata petista em exaltar o acontecimento.

Se houver, durante a Copa, um percentual de protestos elevado (63%), ainda que essas manifestações sejam oriundas das classes que prestigiam o lulismo, não significa que em outubro haverá um resultado equivalente.

Nos três meses que separam a Copa das eleições, poderão ocorrer novos fatos que afetem a boa colocação de que desfruta a nossa presidente no momento.

Assim, por melhores que sejam as possibilidades da candidata, presentemente, se o Brasil não obtiver a aguardada vitória ao final da competição, esse malogro refletirá nas eleições presidenciais e estaduais, por maior que seja a sedução que os candidatos do Partido dos trabalhadores possam despertar em seus eleitores.

Os brasileiros, na sua maioria, não se contentam sequer com uma seleção que obtenha o segundo lugar. Vice ou nada leva ao mesmo desencanto…