O que nos espera?
Por Aristoteles Atheniense
Tornou-se frequente em nosso país estabelecer uma relação de causa e efeito entre a recessão técnica que estamos vivendo, com a economia dos Estados Unidos.
Recentemente, diante do PIB dos dois últimos trimestres, esta justificativa encontrou alguns defensores, como se a situação dos EUA comportasse o temerário paralelo defendido pelo ministro Guido Mantega e os defensores dos métodos postos em prática em sua vacilante Pasta.
Ao contrário do que sucedeu no Brasil, no segundo trimestre do corrente ano, os EUA conseguiram compensar a contração do primeiro trimestre, o que importou numa trajetória ascendente. O Banco Central, Federal Reserve, sustentou que no segundo trimestre houve uma melhoria no mercado de trabalho com a queda do desemprego. Em razão disso, os indicadores sugerem a ocorrência de uma defasagem significativa no mercado, com a inflação aproximando-se da meta de 2% ao ano.
Diante desse resultado promissor, o FED pretende reduzir as suas contas de hipotecas em notas do Tesouro em US$ 25 bilhões por mês. Já o PIB, avançou a uma taxa anual ajustada sazonalmente para 4% no segundo trimestre, superando a expectativa dos economistas que a prognosticavam em 3%.
Assim, a economia que no primeiro trimestre encolheu a 2,1%, prejudicada pelo inverno rigoroso que atingiu todo o país, tende a recrescer, conforme anunciou o Departamento de Comércio.
Agora, no segundo semestre, os consumidores estão desfrutando de melhor oportunidade de emprego e de aumento de sua renda.
Na opinião do economista Stuart Hoffman, “como o custo dos empréstimos ainda está baixo, as empresas estão investindo, preparando-se para atender a demanda mais forte que se espera nos próximos meses”.
Especialistas do Banco J.P. Morgan Chase e da firma de previsões Macroeconomic Advisers chegam a admitir que nos últimos meses de 2014 sobrevirá um crescimento superior a 3%. Se isto ocorrer, será um resultado promissor, pois, em quase dez anos, os norte-americanos não conviveram com um crescimento em três trimestres consecutivos.
Então, a prevalecer a versão de que a situação do Brasil está umbilicalmente ligada a dos EUA, se houver realmente esta melhoria expressiva, certamente os seus reflexos atingirão a política, até agora trepidante, que viemos a conhecer desde o início do governo da presidente Dilma Rousseff.
Resta esperar e torcer para que isto aconteça.