O esforço do senador Demóstenes Torres, usando da Tribuna do Senado para salvar o seu mandato, embora importasse num ato de humildade, não haverá de atingir o seu objetivo.
Até então, o senador goiano vinha atuando junto aos seus colegas, procurando captar a simpatia daqueles que pudessem livrá-lo da condenação iminente. Ao perceber que essa atitude não surtiria resultado favorável, resolveu assumir publicamente a condição de arrependido, convertendo-se em vítima de seus adversários e da imprensa, pela repercussão que teve o seu comportamento.
De algum tempo para cá, está se tornando comum transferir à mídia a responsabilidade pela apuração de falcatruas, que, em condições normais, deveriam ser averiguadas pela Policia Federal, quando acionada pelo Ministério Público.
Esse expediente vem sendo posto em prática com desfaçatez por todos aqueles que, correndo o risco de uma condenação, tentam livrar-se dela, responsabilizando os meios de comunicação pelo fato de seus atos haverem se tornado de conhecimento público.
Demóstenes Torres, tido e havido como o “Catão” do Senado, denunciador frequente de fraudes cometidas na área do governo, apresenta-se agora como homem difamado, anunciando que ainda irá discursar diariamente até que o Plenário aprecie o pedido de sua cassação.
Por mais dolorosa que seja a situação que vive no momento, afetando a tranquilidade de seus familiares, não há como transigir em relação ao que foi apurado pela Policia Federal, ainda que as investigações não tenham sido feitas rigorosamente de acordo com a lei.
Daí assistir razão ao senador Pedro Taques (PDT-MT), relator do processo na Comissão de Constituição e Justiça, ao afirmar: “A questão não é de desculpas, mas de fatos”. E, sendo de fatos, são esses que deverão pesar no julgamento a ser feito, inobstante os interesses políticos que possam afetar a decisão.
Resta aguardar o próximo dia 11, quando a Câmara Alta deverá emitir o seu pronunciamento, que não deve ser o último, devido à existência de outras trampolinices de que se tem notícia na mesma Casa e que devem ser apuradas com idêntico rigor.
ARISTOTELES Dutra de Araújo ATHENIENSE
Advogado. Conselheiro Nato da OAB
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