Categories: Artigos

Plebiscito ou estelionato político?

Por Aristoteles Atheniense

Nos últimos anos, o Brasil não contou com um Poder Executivo tão inseguro como o que vem sendo exercido pela presidente Dilma Rousseff. A temerária reforma política, que anunciou no auge das manifestações populares, não durou mais que 24 horas.

O ministro Carlos Mário Velloso, com sua experiência de ex-presidente do STF e do TSE, censurou o gasto desnecessário de R$ 400 milhões numa consulta “insensata, que dificilmente poderia ocorrer em prazo inferior a seis meses”.

Segundo aquele jurista, trata-se de uma “loucura”, contendo indagações técnicas que nem mesmo os eleitores dotados de conhecimento teriam condições de responder.

Agora vem a notícia de que o governo atual desistiu do esforço da convocação do Congresso a um plebiscito, para que a reforma politica seja válida já nas eleições de 2014.

O vocábulo plebiscito, oriundo do latim “plebiscitum” (aprovado pelos plebeus), exprime a manifestação da vontade popular ou a opinião do povo acerca de assunto de vital interesse político ou social.

Nessa deliberação direta reside o poder soberano do Estado sobre a matéria que é submetida ao seu veredito. O plebiscito não comporta restrições: dele devem participar todos que possam legalmente manifestar sua vontade, livres de sofismas ou embustes, como os que foram incluídos na mensagem presidencial.

A iniciativa da presidente Dilma Rousseff, promovida de modo açodado, não passa de um ludíbrio, visando conter a pressão que vem sofrendo por parte daqueles que se dispõem a denunciar e a enfrentar um governo que tem como emblema a impunidade.

Aquilo que a presidente qualifica ternamente de “malfeito” não passa de ato cometido por exímios fraudadores, que encontram na sua gestão o arrimo que lhes permitirá prosseguir na sua insolente trajetória.

Na tentativa de desfazer essa imagem comprometedora, o Senado aprovou recentemente a emenda à Constituição (PEC), estendendo as regras da Lei de Ficha Limpa aos serviços públicos.

Trata-se de mais uma “colaboração” do senador Renan Calheiros, cuja exclusão da Câmara Alta há muito vem sendo reclamada. O exemplo mais recente da desfaçatez deste apaniguado do governo foi a utilização de avião da FAB para comparecer ao casamento da filha do senador Eduardo Braga (líder do governo), em Maceió.

Ante esse quadro calamitoso, cabe à população repelir esse malsinado plebiscito, que mais se assemelha a um estelionato.

Destina-se, sim, a induzir os eleitores a erro, mediante um ardil que importará na obtenção dolosa do consentimento daqueles que ainda acreditam numa reforma política.

Esta decantada alteração somente ocorrerá com a extirpação dos vícios e a eliminação de políticos inescrupulosos, abençoados pelo ex-presidente Lula, que continua sendo o inspirador permanente de tudo quanto ocorre no Palácio do Planalto.

Atheniense

Recent Posts

Balonismo turístico cresce no Brasil sem regras, controle ou segurança

Em sua coluna no jornal Estado de Minas, a advogada Luciana Atheniense, especialista em Direitos…

6 dias ago

Luciana Atheniense concede entrevista sobre desrespeito aos consumidores na Vesperata de Diamantina

A advogada Luciana Atheninese concedeu entrevista ao Jornal Estado e Minas em matéria que denuncia…

2 meses ago

Luciana Atheniense concede entrevista à Rede Globo

Confira trecho da entrevista da advogada Luciana Atheniense, ao jornal MGTV, em matéria sobre direitos…

2 meses ago

Cancelamentos de hospedagens para o show da Lady Gaga no Rio de Janeiro

Leia abaixo a íntegra da coluna da advogada Luciana Atheniense no jornal Estado de Minas…

2 meses ago

Escritório Atheniense Advogados patrocina equipe de estudantes de Direito da PUC Minas

O escritório Aristóteles Atheniense tem o orgulho de ser patrocinador da equipe de estudantes da…

3 meses ago

Desistência anterior à citação do réu isenta o autor de complementar pagamento de custas

Por Lilian Muschioni O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que, se uma pessoa desistir…

3 meses ago