Reflexos da política na economia

Por Aristoteles Atheniense

Recente pesquisa do Datafolha concluiu que 36% dos brasileiros admitem que a situação econômica deverá piorar nos próximos oito meses. Esse resultado supera em 8 pontos a pesquisa realizada em maio, segundo a qual a economia não sofreria alteração nos meses subsequentes.

Há de parte dos entrevistados temor pela alta da inflação, bem como da taxa de desemprego, inobstante as promessas do governo de que as críticas que vem recebendo não se justificam.

Nos últimos meses, como as montadoras passaram a conceder férias coletivas a seus empregados, sobreveio a sensação de que o mercado de trabalho estaria sendo afetado, provocando justificada apreensão daqueles que se encontram em serviço.

Frequentemente, a presidente Dilma Rousseff tem anunciado que os preços encontram-se “sob controle”, apoiada em dados que lhe foram transmitidos pelo Ministro da Fazenda. No entanto, a população não vem aceitando os números, presumindo que sejam maquiados. Assim, 64% acreditam que esteja havendo manipulação estatal, em face do elevado processo inflacionário que reflete no custo das utilidades e bens de serviços.

Essa repercussão, em abril atingiu ao patamar mais elevado, embora em maio os brasileiros fossem tomados pela impressão transitória de que a inflação tendia a diminuir.

Assim, pelo levantamento do Datafolha, a perspectiva de diminuição no poder de compra, que em novembro passado era de 28%, atingiu agora a 38%. Esses resultados afetam a aprovação da presidente Dilma Rousseff, cuja popularidade aproxima-se do nível mais baixo a que chegou quando das manifestações de rua.

A nota dada pelos entrevistados a atual administração foi de 5,6, ou seja, a menor desde março de 2011.

Quanto à avaliação de sua gestão, ficou em 28% por parte dos que a consideram ruim ou péssima, o que significa dois pontos a mais do que a da última pesquisa.

Assim que passar a fase de euforia provocada pela Copa do Mundo está prevista uma estabilização dos índices ora conhecidos. Mas não se pode prever se esta permanência será superior ou inferior aos números obtidos na inquirição de 4.337 pessoas, em 211 municípios, durante três dias, ou seja, de 3 a 5 do corrente.

Resta aguardar, sem que se tornem possíveis avaliações prematuras.