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Uma queda compreensível

Recente levantamento encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) ao Instituto MDA, apontou sensível queda no prestígio pessoal do presidente Jair Bolsonaro.

Embora o ministro Ricardo Salles entenda que a preservação do meio ambiente não deva corresponder à repercussão negativa das queimadas ocorridas na Amazônia, no exterior, 93,5% dos entrevistados consideram o fato como tema da maior relevância.

Já a indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador nos Estados Unidos, foi reputada como inadequada por 72,7%, em contraposição a 21,8% dos que a consideram vantajosa para o nosso país.

Nos últimos dias, Bolsonaro, que estava afastado do núcleo militar, ensaiou uma reaproximação com generais palacianos, que lhe deram respaldo contra a pressão internacional que compromete o bom nome do Brasil, afetando a sua imagem.

Embora o vice-presidente, Hamilton Mourão, recomende a aproximação do presidente com Alberto Fernández, possível ganhador das eleições argentinas, Bolsonaro resiste a este abeiramento, insistindo no refrão de que o país vizinho está prestes a converter-se numa Venezuela.

Na semana passada, o atual presidente e candidato Mauricio Macri ponderou ao embaixador brasileiro em Buenos Aires, Sérgio Danese, no sentido de que Bolsonaro não mais o apoiasse em sua linguagem chula. Essa ajuda lhe é prejudicial devido ao descrédito do presidente brasileiro junto aos eleitores.

O chanceler Ernesto Araújo suspendeu as férias no Itamaraty, ordenando aos diplomatas que retornem às suas atividades, somando esforços em prol do presidente, que se tornou alvo de censura em todos os continentes com o episódio das queimadas e desmatamentos na Amazônia.

A situação criada ameaça o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, assumindo maiores proporções após o entrevero pessoal surgido entre Macron e Bolsonaro, envolvendo a recusa da ajuda financeira oferecida ao Brasil.

O nosso presidente, questionado sobre a “carta branca” que conferira a Sérgio Moro para ocupar o Ministério da Justiça, respondeu aos jornalistas que o esperavam na porta do Palácio da Alvorada: “Eu tenho poder de veto em qualquer coisa, senão, eu não sou presidente. Todos os ministros têm essa ingerência minha e eu fui eleito para mudar, ponto final”.

Diante desses sucessivos e preocupantes acontecimentos, sobejam motivos para a avaliação negativa do governo Bolsonaro: seja pelas contradições em que incorre diariamente; seja pelos desencontros internos de sua gestão; seja pela crise ambiental que estimulou; seja, enfim, pelo despreparo em saber como portar-se e manifestar-se sobre os grandes problemas que afligem o povo brasileiro.

Atheniense

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