Voos para Miami e a frustração dos passageiros nas conexões
Por Luciana Atheniense
Infelizmente, já tornou comum ouvir relatos de passageiros que tiveram problemas com a perda do voo de conexão para Confins com decolagem prevista no Aeroporto Internacional de Miami/Estados Unidos.
As insatisfações desses passageiros iniciam com o atraso de voo, por problemas operacionais, em alguma cidade americana, por exemplo, Nova York, Boston, Orlando. Ao se deparar com esta demora, o passageiro recorre à empresa aérea contratada, em busca de auxílio, expondo a sua aflição, pois teme perder o voo de conexão que havia contratado em Miami e deverá decolar para Confins naquele mesmo dia.
Neste momento, a empresa assegura ao passageiro que já comunicou à sua base em Miami em relação ao atraso do voo e garante que a aeronave (Miami/Confins) irá aguardá-lo para que possa embarcar conforme contratado.
Ora, infelizmente, esta “promessa” de fato não existe, já que o passageiro, ao desembarcar em Miami, procura uma funcionária da empresa em “solo”, mas, surpreso, obtém a informação de que a aeronave com destino a Confins já havia decolado. Neste momento, inicia a “dor de cabeça” para o passageiro, pois recorre ao balcão de atendimento da empresa e, com dificuldade de se comunicar no idioma local (inglês), pouco ou nada a empresa faz em seu favor. Há casos, por exemplo, em que a empresa fornece apenas um “voucher” correspondente a um valor irrisório, insuficiente para cobrir as despesas com alimentação durante sua permanência em solo americano. A empresa nem sempre fornece hospedagem e traslado para que o cliente “descanse” pelo menos algumas horas até conseguir embarcar no novo voo remarcado pela empresa.
Há situações em que a companhia chega ao absurdo de informar ao passageiro que deverá pernoitar no próprio saguão do aeroporto até a data de seu regresso a Confins.
A empresa sequer emite um novo talão de embarque com a confirmação do novo voo, pois informa ao passageiro que esse deve aguardar na lista de espera. Além deste descaso com que são tratados pela empresa, muitos passageiros não conseguem reaver sua mala, que foi etiquetada na cidade onde ocorreu o primeiro embarque com a garantia de reencontrá-la apenas em seu destino final, ou seja, Confins.
Nestes casos, a empresa, mesmo ciente de que o cliente está desprovido de todos os seus pertences pessoais, se nega devolvê-la. Com esta negativa, o passageiro reivindica uma ajuda de custo, que também é negada pela companhia. Algumas vezes a companhia se compromete a reembolsar estas despesas extraordinárias posteriormente, após o regresso ao Brasil, mediante a exibição dos recibos de compra.
Esclareço que, nos últimos meses, esta situação de descaso com o passageiro tem ocorrido com maior frequência em Miami, contudo, infelizmente, existem também relatos em outros aeroportos (Lisboa, Buenos Aires e Cidade do Panamá) que realizam voos internacionais de conexão para Confins.
É inadmissível que uma empresa aérea trate seu passageiro de forma tão desrespeitosa, mesmo ciente de ser sua a responsabilidade exclusiva, pelos transtornos causados ao consumidor que não conseguiu embarcar no segundo voo (de conexão) com destino final em Confins. Em virtude deste descaso, há passageiros que, indignados com o tratamento desrespeitoso imposto pela empresa, recorre à justiça, com intuito de obter, não só o ressarcimento dos prejuízos financeiros suportados, mas, sobretudo, pela indenização decorrente de danos morais em relação à frustração a que foram submetidos pela empresa contratada.